O terremoto, o tsunami e o acidente nuclear de 11 de março, no Japão, podem custar 200 bilhões de dólares, ou 140 bilhões de euros, à terceira economia mundial. Isto representa a maior fatura da história para uma catástrofe natural, segundo cálculos do banco Goldman Sachs, em nota publicada nesta quinta-feira.
"Acreditamos que o custo total dos danos provocados pelos acontecimentos de março pode alcançar 16 trilhões de ienes", afirma um comunicado dos economistas do Goldman Sachs.
A conta seria superior à do terremoto de Kobe em 1995 (9,6 trilhões de ienes), considerado até hoje pelo Goldman Sachs como o "desastre natural" mais devastador, em termos econômicos.
Mas o cálculo, no entanto, fica abaixo das estimativas feitas pelo governo japonês, que acredita em uma conta superior a 200 bilhões de dólares, sem contar o impacto sobre a atividade das empresas e as consequências do acidente nuclear de Fukushima. Isso representaria 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB, o conjunto de bens e serviços produzidos no arquipélago), uma estatística que bate com as estimativas do Banco Mundial.
Assim como os cálculos oficiais, a conta do Goldman Sachs leva em consideração os desgastes na infraestrutura, a destruição de casas e empresas na região mais atingida - nordeste - e um aumento "significativo" esperado nos gastos públicos nos próximos anos.
Segundo os economistas do banco, um agravamento do acidente nuclear de Fukushima, ainda em curso, a 250 km a nordeste da capital, poderia fazer o montante subir ainda mais, de forma significativa.
O acidente não apenas fragiliza a confiança dos consumidores japoneses mas desperta, também, a desconfiança em relação a produtos importados do arquipélago.
O setor agrícola já sofreu as consequências: a venda dos alimentos produzidos na região estão proibidas, por causa do índice de radioatividade anormalmente elevado.
Assim, embora o banco americano mantenha a previsão de crescimento anual do Japão em 1,2% para 2011, considera, no entanto, que o PIB vai se contrair no segundo trimestre, seguido por um novo período de crescimento de 2% no terceiro trimestre.
Quanto às empresas, o sismo de 11 de março vai acarretar uma redução de 12% de seus lucros no ano fiscal de 2012. São mais afetadas as vendas das empresas dos setores tecnológico (telefonia móvel, câmeras e semicondutores), automóvel e petroquímica, segundo o Goldman Sachs.
O terremoto, o tsunami e o acidente nuclear obrigaram as empresas japonesas a reduzir e até a interromper suas atividades, num amplo leque de setores, entre eles o automotivo.
O Comando Nacional da Polícia do Japão informou hoje (24) que 9.811 pessoas morreram e 17.541 estão desaparecidas em decorrência do terremoto e do tsunami ocorridos no último dia 11 no país. Porém, as autoridades japonesas estimam que esses números podem mudar, porque há locais em que os levantamentos ainda estão em fase de elaboração.
As informações são da agência pública de notícias de Portugal, a Lusa. Os policiais citaram como exemplo o caso de Miyagi, uma das regiões mais atingidas, que calculou, até agora, que mais de 15 mil pessoas morreram. Em outras áreas devastadas, a polícia indicou que são mais de 4.100 mortes confirmadas.
A Embaixada do Brasil no Japão informou que a comunidade brasileira no país engloba 254 mil pessoas. Porém, apenas 777 viviam nas quatro regiões identificadas como mais afetadas pela catástrofe do último dia 11 e também pelos acidentes nucleares – Miyagi, Fukushima, Iwate e Aomori.
Os brasileiros que estavam nas áreas atingidas e quiseram deixar o país tiveram o apoio da Embaixada do Brasil no Japão e do Consulado-Geral em Tóquio, segundo o Itamaraty. Não foram identificados brasileiros entre as vítimas.
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