quarta-feira, 13 de julho de 2016

Imperador Akihito anuncia que vai renunciar ao Trono Japonês


Hoje o imperador Akihito(82), anunciou a intenção de abdicar do trono. O ano Heisei terminará dando início a uma nova era no Japão. Ele ascendeu ao trono em 1989, ocupando a 17.° posição na lista de monarcas e líderes que reinam ou que governam há mais tempo. Akihito é o único monarca reinante do mundo que detém o título de Imperador.

Akihito é o filho homem mais velho e a quinta criança do Imperador Hirohito e da Imperatriz Kōjun. Chamado de Príncipe Tsugu (継宮, Tsugu-no-miya) quando criança, ele foi educado por professores particulares e estudou na escola primária e secundária Peers (Gakushuin) de 1940 a 1952. Diferente de seus antecessores, não recebeu uma comissão como oficial do Exército, a pedido de seu pai, Hirohito.

Durante os bombardeios americanos em Tóquio, em março de 1945 ele e seu irmão mais novo, o Príncipe Masahito, foram evacuados da cidade. Durante a ocupação do Japão, na sequência da Segunda Guerra Mundial, o Príncipe Akihito aprendeu inglês e costumes ocidentais com Elizabeth Gray Vinin. Estudou no Departamento de Ciências Políticas na Universidade de Gakushuin em Tóquio, mas nunca recebeu a graduação. Embora fosse o herdeiro aparente do Trono de Crisântemo desde o momento de seu nascimento, o título de Príncipe Herdeiro (立太子礼, Rittaishi-no-rei) só lhe foi outorgado em 10 de novembro de 1952, no Palácio Imperial de Tóquio. Em junho de 1953, o Príncipe Herdeiro representou o Japão na coroação da Rainha Elizabeth II, em Londres.

O então Príncipe Herdeiro Akihito e a Princesa Michiko fizeram visitas oficiais a trinta e sete países. Como Príncipe, Akihito comparou o papel da realeza Japonesa aos robôs e expressou sua vontade e esperança de trazer a família Imperial mais perto do povo japonês. Em 10 de abril de 1959, casou-se com Michiko Shōda (24 de outubro de 1934), a filha mais velha de Mr. Hidesaburo Shōda, o presidente e último executivo honorário da Companhia Nisshin Flour Milling. A Imperatriz Michiko Shōda foi a primeira plebeia a se casar com um membro da família imperial. Quando ainda eram o casal herdeiro do Japão, Akihito e Michiko realizaram visitas oficiais em pelo menos trinta e sete países.

Em 7 de janeiro de 1989, o Príncipe Herdeiro assumiu o Trono do Crisântemo com a morte de seu pai, tornando-se o 125.° monarca do Japão. O Imperador Akihito foi formalmente entronizado como Imperador do Japão no dia 12 de novembro de 1990.

Desde que sucedeu ao trono, o Imperador Akihito, ao lado de sua esposa, aproximou a família imperial do povo japonês, visitando as quarenta e sete províncias do Japão. Além disso, o Imperador e a Imperatriz já viajaram para mais outros oitenta países. A 2 de Dezembro de 1993 foi agraciado com o Grande-Colar da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada e em 1998, durante uma visita oficial ao Reino Unido, ele foi investido Cavaleiro da Ordem da Jarreteira, tendo sido agraciado com o Grande-Colar da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal a 12 de Maio do mesmo ano.

No dia 23 de dezembro de 2001, durante seu anual encontro de aniversário com jornalistas, Akihito, em resposta a uma pergunta, disse que sentia "uma certa afinidade com a Coreia" e explicou que o fato se devia à mãe do Imperador Kammu (736–806), que era uma descendente do Rei Muryeong de Baekje. O Imperador também disse que os coreanos que migravam para o Japão nos tempos antigos apresentaram aspetos importantes de cultura e de tecnologia ao país e apelou para que seus contemporâneos nunca esquecessem o lamentável fato de que nem todos os câmbios do Japão com a Coreia foram amigáveis.

Em dezembro de 2002, foi revelado que o Imperador Akihito tinha sido diagnosticado com câncer de próstata. Ele foi submetido a uma imediata cirurgia, bem-sucedida.

Apesar de ser obrigado a manter sua posição constitucional, Akihito já divulgou seus sentimentos de remorso e de contrição a outros países da Ásia, porque eles sofreram durante a ocupação japonesa. Em abril de 1989, três meses depois da morte de seu pai, Hirohito, expressou remorso à China.

Em junho de 2005, o Imperador visitou um território dos Estados Unidos da América no Oceano Pacífico, Saipan, o local de uma das batalhas da Segunda Guerra mais importantes de 15 de junho a 9 de julho de 1944. Acompanhado pela Imperatriz Michiko, ele rezou e ofereçou flores a diversos memoriais, honrando não apenas os japoneses que morrerram, como também soldados americanos e coreanos que foram forçados a lutar pelo Japão e nativos locais da ilha. Foi a primeira viagem de um monarca japonês a um campo de batalha da Segunda Guerra a bordo. A jornada em Saipan foi bastante elogiada pelos japoneses, assim como as visitas do Imperador aos memoriais de guerra em Tóquio, Hiroshima, Nagasaki e Okinawa, no ano de 1995.

No dia 6 de setembro de 2006, o Imperador celebrou o nascimento de seu primeiro neto, o Príncipe Hisahito, filho do Príncipe Akishino. Hisahito é o primeiro menino que nasceu na família imperial japonesa em quarenta e um anos; seu nascimento pode acabar com a crise de sucessão ao trono, uma vez que o filho mais velho do Imperador, Naruhito, tem apenas uma filha, a Princesa Aiko. Sob a atual lei de sucessão japonesa, Aiko é incapaz de herdar o trono, por ser do sexo feminino.

No dia 17 de fevereiro de 2012, o imperador Akihito passou por uma cirurgia cardíaca, para a implantação de pontes de safena.

Segundo informações da emissora NHK, o imperador quer abdicar do trono em vida, para que seu filho, príncipe Naruhito assuma o seu lugar. O imperador Akihito anunciou hoje (13) sua intenção de renúncia (ou abdicação) ao cargo, e será substituído pelo filho mais velho, o príncipe Naruhito, informou a TV NHK. Com sua decisão, o procedimento de substituição deve ser iniciado logo.

Está não é a primeira vez que um imperador interrompe o reinado ainda em vida. A Casa Imperial alegou que o imperador está com idade muito avançada e impossibilitado de seguir no cargo. No entanto, a imprensa japonesa acredita que os problemas de saúde do Imperador Akihito se agravaram.

Com isso, a era Heisei terá o seu fim decretado. Para quem não sabe, no Japão os anos são contados de acordo com a era de posse de cada imperador. Por exemplo, nasci em 1983, mas no Japão, se diz Showa 58. Estamos atualmente na era Heisei, ano 28. Quando finalmente, o príncipe Naruhito, assumir o trono, o seu reinado terá outro nome, que ainda será definido.

Akihito é filho do imperador Hirohito, que era o imperador na época da segunda guerra mundial. O que significa que, mesmo o Japão perdendo a guerra, o povo japonês ainda mantém uma admiração muito grande e um enorme respeito pelo imperador atual.

Na declaração da Agência da Casa Imperial, não foi citado nenhum motivo específico para que o imperador tome a atitude da abdicação. Mas especula-se e muito sobre os verdadeiros motivos, afinal, é um fato surpreendente para o povo japonês, pois nos últimos 200 anos nenhum imperador teve tal atitude, mantiveram o seu reinado até a morte. A imprensa japonesa diz que, ele irá abdicar para poder descansar, e ainda assim acompanhar a trajetória de seu filho no poder.

Não se sabe ao certo o real motivo, mas a notícia de uma possível abdicação, pegou os japoneses de surpresa. Todos sabem que o imperador no Japão não tem poder político, apenas simbolicamente e diplomaticamente representando o país, mas para o povo japonês é muito mais que isso, são considerados deuses, e divindades, tanto é que a família imperial não possui sobrenome, por serem considerados divinos. Antes da guerra mundial, eram muito mais venerados, por isso o pai de Akihito, é lembrado por muitos japoneses, pois foi ele que foi as rádios e declarou que a família imperial não é divindade, pressionado, após a derrota do Japão. Foi um choque para os japoneses. E, agora, o filho de Hirohito, Naruhito, causa um impacto, talvez de menor proporção mas com um grande significado para os dias atuais.

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