sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Especial 69 anos após a Bomba Atômica


Milhares de pessoas se reuniram na manhã desta quarta-feira (horário local), em Hiroshima, para marcar o 69º aniversário do lançamento da primeira bomba atômica da história, que arrasou a cidade que fica ao oeste do Japão.

Alguns sobreviventes, parentes de vítimas, autoridades do governo e delegações estrangeiras permaneceram imóveis às 8h15 (20h15 de Brasília), quando ressoou um sino que dava o sinal para guardar um minuto de silêncio na hora exata em que, em 6 de agosto de 1945, o bombardeiro americano 'Enola Gay' largou a bomba que transformou a cidade em um inferno nuclear.

Após o minuto de silêncio, o prefeito da cidade, Kazumi Matsui, pediu ao governo japonês liderado por Shinzo Abe e a outros líderes mundiais, como o presidente dos EUA Barack Obama, que "trabalhem para conseguir uma maior aproximação entre os países que dispõem de armas nucleares e o restante do mundo", visando "o desarmamento total". Ele também convidou Obama, "e a todos os dirigentes das nações nucleares a visitar as cidades da bomba A o mais cedo possível".

Matsui lembrou em seu discurso que está prevista a revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) no ano que vem, coincidindo com a comemoração do 70º aniversário do bombardeio atômico.

Embaixadora dos EUA no Japão, Caroline Kennedy,acompanha cerimônia (Foto: Kyodo News/AP Photo)

O prefeito de Hiroshima também defendeu o caráter pacifista da Constituição japonesa, depois que o governo central passou a promover uma controvertida reinterpretação de sua Carta Magna para reforçar o papel das Forças de Autodefesa. "Nosso governo deve aceitar o peso do fato que conseguimos evitar as guerras durante 69 anos graças ao nobre pacifismo da Constituição japonesa", afirmou Matsui.

A cerimônia transcorreu sob uma chuva fina e marcada pelo silêncio dos milhares de presentes, que só foi quebrado pelos discursos de representantes políticos, de jovens da cidade e de sobreviventes da bomba - conhecidos no Japão como 'hibakusha' - e pelos breves aplausos que acompanharam suas intervenções.

Durante o ato também foi colocada uma lista com os nomes das 292.325 vítimas da bomba dentro de um monumento situado no Parque da Paz, na qual foram incluídos 5.507 'hibakushas' que morreram no ano passado.

Entre os presentes estava o primeiro-ministro do Japão, a embaixadora dos Estados Unidos, Caroline Kennedy, e representantes de outros 67 países, entre eles potências nucleares como Reino Unido, França e Rússia.

Trata-se da primeira visita a Hiroshima da embaixadora americana desde que assumiu o cargo em novembro do ano passado, e a segunda de um representante diplomático dos EUA nessa cerimônia anual, após a de seu antecessor, John Ross, em 2010.

Ataque nuclear
A bomba foi detonada com uma intensidade de 16 quilotons a cerca de 600 metros de altura, muito próxima de onde foi erguido o parque em que aconteceu a cerimônia, e matou de forma imediata cerca de 80 mil pessoas.

Mas esse balanço foi aumentando com o passar do tempo. No final de 1945, os mortos eram aproximadamente 140 mil e, nos anos seguintes, o número continuou crescendo devido às vítimas da radiação nuclear.

Depois do ataque em Hiroshima, os EUA lançaram uma segunda bomba nuclear - no dia 9 de agosto de 1945 - sobre a cidade de Nagasaki, o que forçou a rendição do Japão seis dias depois e colocou ponto final à Segunda Guerra Mundial.

Os ataques com bombas nucleares sobre as cidades japonesas foram os únicos desse tipo executados até o momento.

De acordo com as estimativas, o número total de 'hibakusha' em Hiroshima e Nagasaki em março deste ano era de 192.719, 9.060 a menos do que no ano passado, e a média de idade das vítimas era de 79,44 anos.

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/08/ato-em-hiroshima-marca-69-aniversario-da-bomba-atomica.html










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