O Halloween, ou Dia das Bruxas, é uma festa típica que sempre é comemorada nos Estados Unidos e em alguns poucos países da Europa. As lendas que marcam esse dia, porém, chegaram à América Latina e infestaram o mundo. No Brasil, não se comemora o Halloween da mesma forma que na América do Norte, mas muita coisa está mudando: hoje temos festas temáticas de terror, decorações, chocolates, tudo no clima da festa das bruxas.
Procurando unir culturas, o OhaYO! explica um dos mais tradicionais feriados americanos e o une à cultura japonesa, com grandes dicas de filme de terror oriental para se aterrorizar no final de semana.
Como surgiu
A palavra Halloween se originou na igreja Católica, para comemorar o "Dia de todos os Santos". Ao longo dos anos, muita coisa foi mudada e no século V d.c (depois de Cristo), os irlandeses passaram a utilizar o nome para designar o fim do verão, como também da última colheita de nabos do ano.
Historicamente, foram criadas várias lendas para designar o feriado e daí ele ganhou esse tom obscuro, com intuito de divulgar aquilo que não é desse mundo, ou seja, os mortos. Uma dessas histórias conta que no dia 31 de outubro de cada ano, as almas penadas saíam à procura dos vivos para possuir os corpos deles e usar pelo resto da temporada. Com medo de serem dominados por esses fantasmas, os habitantes dos povoados se vestiam de monstros e outras criaturas do além, abandonavam suas casas e iam para as ruas fazer travessuras, para não serem confundidos com os humanos. Essa lenda foi levada aos Estados Unidos em 1840, que adotou a tradição e até hoje as crianças se vestem de monstros para pedir doces pelas casas dos bairros, usando o bordão: "Travessuras ou gostosuras". O dono da residência que não der o doce terá seu lar virado de "cabeça para baixo", pelos pequenos "monstrinhos".
A Abóbora Iluminada
O Halloween americano traz várias simbologias e a maior delas, talvez seja a da abóbora iluminada, que os brasileiros pouco entendem, mas que representam a data. Uma das origens dessa lenda veio do folclore irlandês, onde um alcoólatra chamado Jack é abordado pelo Diabo em 31 de outubro.
Depois de beber demais, ele acaba enganando o coisa-ruim e ganha uma vida por mais um ano. Até que o Diabo sempre retorna, e Jack renova um trato com ele, não sendo atormentado por um bom tempo. Certa vez, Jack morre e ao chegar no paraíso, é expulso do céu pelos anjos de Deus.
Sem alternativa, ele vai até o inferno, onde reencontra o Diabo que ao invés de aceitá-lo, lhe roga uma maldição: a alma do alcoólatra perambulará por todo o sempre até encontrar um lar que o aceite. Para iluminar seu caminho, Jack usa uma abóbora com uma vela em seu interior. O folclore cita até, que na noite do dia 31 de outubro, se prestar bastante atenção na sua janela verá um homem carregando uma lanterna bem fraca vagando pelo seu bairro: é Jack, que só pode aparecer para os vivos nessa data.
Outras superstições
Com a celebração do Halloween e suas lendas assustadoras, é natural que as pessoas usassem a data para se divertir. E aí surgiram várias superstições e ditos populares legais. Por exemplo, acredita-se que se você anotar um pedido em um papel e cremá-lo no dia das bruxas, terá seus desejos realizados.
Nos Estados Unidos, enquanto as crianças costumam visitar as casas fantasiadas e terminar a noite assistindo filmes de terror, os adolescentes gostam de ir a grandes festas com o tema. O OhaYO!, que fala sobre cultura oriental, resolveu associá-lo aos grandes filmes de horror que o Japão já produziu, para que você passe seu final de semana no maior medo. Confira a nossa seleção:
Escola Mal-Assombrada (Gakko no Kaidan)
Direção: Hirayama Hideyuki
Ano: 1995
Talvez um dos mais clássicos filmes de terror japonês que chegaram às terras tupiniquins. Traz a premissa de uma escola, onde seus alunos sempre contam histórias de terror no final do verão. No colégio, o que as crianças mais gostam de fazer é falar sobre fantasmas e os espíritos que se acredita assombrar o local. Mas, quando uma escrita misteriosa aparece no teto de uma sala de aula, toda a turma começa a acreditar que as lendas não são tão falsas quanto se imagina. Gerou uma série de seqüências, cada uma com uma sinopse diferente.
Trilogia Ring (Ringu)
Direção: Chisui Takigawa (Ring), Norio Tsuruta (Ring 0) e Hideo Nakata (Hideo Nakata)
Ano: a partir de 1995
Esse é com certeza um dos filmes japoneses mais conhecidos no Brasil e no mundo. Tudo isso porque essa trilogia (que aliás, incluiu um quarto filme, extensão da mesma história) gerou a refilmagem americana e famosa, conhecida como "O Chamado". A premissa desses longas é simples: uma fita de vídeo misteriosa é assunto de pauta para uma série de mortes que andam acontecendo entre um grupo de adolescentes no Japão. Após perder a prima e escutar sobre essa lenda, a curiosa repórter Reiko vai em busca da causa da morte macabra de sua parente e acaba por descobrir que a tal fita tem mesmo algo de sobrenatural. Confrontada com seu futuro e vendo os riscos que estaria causando a si mesma, Reiko assiste ao vídeo e sua vida se torna um inferno quando passa a ser assombrada por uma estranha garotinha, que lhe dá sete dias até que sua morte definitiva aconteça. Nem é preciso dizer que a jornalista atravessará o país para evitar que isso aconteça.
A história rendeu bastante e na seqüência, que veio pouco depois, foi mostrado um novo caminho para o filme, que ganhou ares sobrenaturais, alguns videntes e uns tons de "O Exorcista".
O Fantasma do Bar (Izakaya Yurei)
Direção: Watanabe Takayoshi
Ano: 1994
Sotaro é o dono de um pequeno bar e perdeu sua esposa Shizuki há pouco tempo, prometendo-a antes da morte, que ele nunca se casaria com nenhuma outra mulher. Pressionado pelo irmão, ele acaba se casando com a amorosa Satoko, que passa a ajudá-lo no bar e conquista a popularidade dos freqüentadores.
Com ciúmes, a esposa de Sotaro retorna do além para assombrá-lo e mesmo ela não fazendo nenhum mal maior para Satoko, o jovem dono do bar resolve fazer de tudo para expulsar esse "poltergheist" de sua vida, sem saber que outras conseqüências surgiriam no caminho.
Ju-On - O Grito (Ju-On)
Direção: Takashi Shimizu
Ano: 2000
No Japão, acredita-se que quando uma pessoa morre brutalmente em algum local, o espírito dessa vítima fica preso para sempre atormentando todas as pessoas vivas que passarem pela cena do crime. JU-ON parte dessa premissa para mostrar a história aterrorizante de uma assistente social que se vê diante de um "poltergheist" em uma misteriosa casa.
Os fantasmas de uma família que foi assassinada anteriormente retornam para assombrar e matar a todos que atravessarem seu caminho. Destaque para o pequenino "Toshio", que mesmo com a cara inocente de uma criança consegue arrancar gritos dos espectadores. Gerou a refilmagem americana "O Grito", com Sarah Michelle Gellar, de qualidade duvidosa, principalmente pelos furos no roteiro.
As dicas estão dadas. Junte as velas, crucifixos, sapos de vidro, a pipoca e curta o final de semana com muitos filmes de terror, no dia mais aterrorizante do ano.
Materia divulgada no site:
Escrito por: Danilo Saraiva
O Japão é muito conhecido por suas tradições e costumes, mas uma outra faceta é a das superstições. O país tem um alto indice de suicidios devido ao grande nivel de competitividade e cobrança da sociedade. Isso acaba gerando inumeras historias de fenômenos sobrenaturais aos quais são atribuidos aos espiritos. O Halloween não é apenas o momento de festa ao qual os americanos estão acostumados, mas também é o momento em que muitas dessas historias voltam à tona.
Confiram um video de um conto de terror japonês.
Confiram o desfile especial de Halloween da Disney Tokyo.