Milhares de pessoas se reuniram nesta terça-feira (6) no Memorial da Paz de Hiroshima, no Japão, para lembrar o 68º aniversário do lançamento da bomba atômica sobre a cidade, durante a II Guerra Mundial.
Idosos sobreviventes do bombardeio, responsáveis do governo e delegados estrangeiros fizeram um minuto de silêncio às 8h15 local (20h15 Brasília), a hora da explosão que converteu a cidade em um inferno nuclear.
O bombardeiro americano batizado de Enola Gay lançou a bomba atômica no dia 6 de agosto de 1945, em uma ação decisiva para acabar com a II Guerra Mundial. O ataque matou 140 mil pessoas até dezembro do mesmo ano.
Três dias após o ataque, outro avião lançou uma bomba nuclear sobre o porto de Nagasaki, matando 70 mil pessoas.
Os bombardeios de Hiroshima e Nagasaki precipitaram a capitulação do Japão e o final da II Guerra Mundial, no dia 15 de agosto de 1945.
Ainda nesta terça, líderes japoneses batizaram o maior navio de guerra já lançado pelo Japão desde o final da II Guerra, no momento em que o governo em Tóquio toma medidas para ampliar suas forças de defesa diante da preocupação com China e Coreia do Sul.
O navio, um porta-helicópteros de 248 metros, é capaz de acomodar nove aeronaves.
O navio "Izumo", que custará 900 milhões de euros e terá 248 metros, ainda está em construção nos estaleiros de Yokohama (sul de Tóquio) e estará em operação a partir de 2015.
Quando entrar em serviço terá capacidade para transportar 9 helicópteros.
Cerca de 3.600 pessoas, entre elas o vice-primeiro-ministro Taro Aso, compareceram nesta terça-feira ao seu lançamento, que contou com fogos de artifício.
Segundo o ministério da Defesa japonês, o porta-helicópteros desempenhará um papel essencial tanto em matéria de defesa da soberania territorial quanto na proteção das vias marítimas, assim como em caso de desastres e catástrofes naturais.
Especialistas independentes estimam que esta embarcação, devido ao seu imponente tamanho, pode ser utilizada um dia como porta-aeronaves polivalente e servir de plataforma de lançamento para aviões de caça de pouso vertical.
Esta cerimônia de lançamento tem como pano de fundo as tensas relações com a China e, em menor medida, com a Coreia do Sul, devido a disputas territoriais com os dois países.
A China disse nesta terça-feira que está "preocupada com a expansão constante do equipamento militar do Japão".
"Esta tendência exige uma vigilância crescente por parte dos vizinhos asiáticos do Japão e da comunidade internacional", declarou à AFP o ministro chinês da Defesa.
Preocupado com o crescente poderio marítimo da China, - Pequim colocou em serviço seu primeiro porta-aviões no fim de 2012, o Liaoning -, Tóquio decidiu construir uma força especial de 600 homens e 12 navios para supervisionar e proteger o arquipélago Senkaku, conhecido pela China como Diaoyu e cuja soberania também é reivindicada por Pequim.
No fim de julho, o ministério da Defesa estimou que o Japão deveria se dotar com aviões teleguiados ou drones de vigilância marítima e unidades anfíbio para proteger estas ilhas.
Após a vitória do Partido Liberal Democrata nas eleições legislativas de dezembro de 2012, o governo japonês advertiu que não vacilaria em recorrer à força no caso de desembarque chinês nas Ilhas Senkaku, um arquipélago desabitado 200 km a noroeste da costa de Taiwan, que Pequim reivindica sob o nome de Diaoyu.
Em janeiro passado, o governo do premier Shinzo Abe aprovou um orçamento militar de US$ 50 bilhões para 2013-2014, com um aumento inédito em 11 anos.
Paralelamente, Tóquio anunciou sua intenção de constituir uma força especial de 600 homens e 12 naves para vigiar e proteger as Ilhas Senkaku.
Realmente é uma contradição. No dia em que as pessoas relembram as atrocidades causadas pela guerra, o Japão inaugura o seu maior navio militar desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Infelizmente o ser humano vive de status e busca desenfreado pelo poder. Espero que não tenham esquecido os horrores que ainda estão marcados nas vidas dos sobreviventes e descendentes que carregam as dores e os sofrimentos causados pela ganância de poucos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário