quarta-feira, 28 de março de 2018

Imperador homenageia vítimas da 2ª Guerra em Okinawa, em possível última visita


Akihito, o imperador de Japão, visitou nesta terça-feira o arquipélago de Okinawa, palco de uma das batalhas mais sangrentas da II Guerra Mundial, naquela que possivelmente será a sua última viagem como ocupante do Trono de Crisântemo antes de abdicar.

Ele e a imperatriz Michiko, que ficarão três dias em Okinawa, chegaram hoje à ilha de Naha e visitaram um monumento em homenagem aos mortos na guerra. A viagem, organizada pelo “grande desejo” do imperador de voltar a estas ilhas, segundo a Agência da Casa Imperial, é a 11ª de Akihito a esse lugar. Após assumir em 1989, Akihito se tornou, em 1993, o primeiro imperador japonês a visitar esta cidade, que até o final do século XIX era um território independente.

A viagem é muito provavelmente a última do imperador, já que ele diminuiu significativamente as suas atividades oficiais por conta da idade e da delicada saúde. Akihito, que durante todo o reinado foi um firme defensor do pacifismo, deve deixar as funções públicas em abril de 2019.

Durante a visita, o casal também visitará um museu sobre a história do karatê, que tem as suas origens em Okinawa, e irão a Yonaguni, a ilha mais a oeste do arquipélago japonês.

O imperador Akihito e a imperatriz Michiko visitaram nesta segunda feira uma universidade de ciência e tecnologia recém inaugurada na prefeitura de Okinawa, reunindo-se com 34 estudantes de pós-graduação de 18 países e regiões.
Durante a visita a Universidade de Pós-Graduação de Ciência e Tecnologia, que inaugurou em setembro no vilarejo de Onna, o casal conheceu laboratórios onde são realizadas pesquisas de robótica e análises de genomas de corais, comandadas pelo estudante Jonathan Dorfan.

Segundo informações da agência Kyodo, o estoniano Dorfan disse que sua esposa é cantora e realizou uma performance para o casal quando o mesmo visitou a Estônia em 2007. O imperador respondeu-lhe dizendo que “gostou muito do momento”.

O imperador japonês Akihito e sua esposa Michiko prestaram homenagem na terça-feira às vitimas da Segunda Guerra Mundial em Okinawa, no que pode ser sua última visita à ilha que perdeu 30 por cento da população durante a guerra.

O imperador, que tem passado grande parte de suas três décadas no poder tentando curar as cicatrizes da guerra, irá renunciar no dia 30 de abril do próximo ano, na primeira abdicação de um imperador japonês em quase dois séculos.

A visita de três dias ao arquipélago de ilhas é a 11ª realizada pelo casal imperial e sua primeira desde 2014, quando foram ao local antes do 70º aniversário da Batalha de Okinawa.

“Ele realmente pensa profundamente sobre Okinawa, é por isso que consegue vir com tanta frequência”, disse Naeko Teruya, sobrevivente de 84 anos da batalha, à televisão pública NHK. Cinco membros da família de Naeko morreram durante o combate, incluindo seu pai.

Akihito e a imperatriz Michiko colocaram flores em um memorial na cidade de Itoman, onde aconteceu uma das batalhas finais mais violentas, fazendo reverência. Nesta quarta-feira, eles irão visitar a ilha de Yonaguni.

Foto: Reuters
Imperador japonês Akihito e sua esposa Michiko

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