Anualmente, desde 1995, a Sociedade de Exame de Proficiência em Kanji (財団法人日本漢字能力検定協会 Zaidan hojin Nihon Kanji Noryoku kentei kyokai) elege o kanji do ano (今年の漢字, kotoshi no kanji) numa cerimônia formal no templo Kiyomizudera na cidade de Kyoto.
A cerimônia ocorre anualmente no dia 12 de dezembro (Dia do Kanji) e o anúncio do kanji vencedor é feito pelo sacerdote principal do templo, através do Shodo (書道), a arte tradicional da escrita japonesa. O objetivo do Kanji do Ano é escolher um ideograma que melhor defina o ano que está por terminar. A votação é popular e abrange todo o território japonês.
Os japoneses elegeram o ideograma (“kanji”) que se lê como “sai” e significa “desastre” para simbolizar 2018, um período marcado por várias catástrofes naturais – anunciou nesta quarta-feira (12/12/18) a associação de promoção dos kanji, que organiza a votação todos os anos.
O mencionado kanji foi um dos mais usados este ano na imprensa, depois das fortes chuvas, ondas de calor, tufões, terremotos e deslizamentos de terra que castigaram o país e deixaram vários povos.
Durante esta votação, da qual participaram 193.214 pessoas, 20.858 (algo em torno de 11%) optaram por este kanji.
O segundo lugar, com 8,3% dos votos, foi para o caractere “hei”, que significa “paz, igualdade” e com o qual começa o nome da era imperial vigente, “heisei”, ou “ápice da paz” (em tradução livre).
A era heisei, que dura desde 1989, termina no final de abril de 2019, com a abdicação do imperador Akihito. Ainda não se sabe o nome da próxima era, a de seu primogênito e sucessor Naruhito.
Em 2017, os japoneses elegeram o ideograma “norte”, pelos avanços dos programas nuclear e balístico da Coreia do Norte. Dois mísseis de teste norte-coreanos chegaram a sobrevoar o território japonês.
A escolha deste ano referiu-se à grande quantidade de desastres naturais que afligiram o arquipélago em 2018 – terremotos graves nas províncias de Osaka, Hokkaido e Shimane, uma série de tufões que atingiram as costas do país, chuvas torrenciais que causaram deslizamentos e inundações, e o calor recorde observada no verão deste ano.
Com essa escolha, espera-se que aumente a conscientização pública sobre a importância de medidas de prevenção de desastres. “No próximo ano, com o novo reinado imperial, esperamos que o país lide com um menor número de desastres naturais”, ressaltou a JKAF.
Além dos eventos ocorridos no Japão, foram levados em conta eventos ocorridos em outras partes do mundo como a erupção em junho do Vulcão do Fogo em Guatemala que deixou quase 200 mortos e os incêndios devastadores que varreram a Grécia e o oeste dos EUA.
Vários desastres provocados pelo homem também ganharam as manchetes neste ano, com escândalos envolvendo assédio no mundo dos esportes, moedas virtuais (criptomoedas) roubadas e documentos alterados relacionados à venda de terras pelo Ministério da Fazenda.
Com dois kanjis negativos consecutivos selecionados nos últimos dois anos, alguns comentaristas expressaram desapontamento pelo fato de um kanji mais positivo não ter sido selecionado para ajudar a terminar o ano com uma nota mais esperançosa.
No ano passado, o ideograma “norte” foi selecionado como kotoshi no kanji 2017, refletindo o aumento das tensões entre as provocações nucleares e de mísseis da Coréia do Norte. Dois mísseis de teste norte-coreanos chegaram a sobrevoar o território japonês.
Confira os outros Kanjis escolhidos nos anos anteriores:
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