Helena Koizumi e Shoiti Shimada
Shoiti Shimada ou Shimada-sensei como era conhecido foi um dos maiores representantes do mundo do karaoke da colônia japonesa do Brasil. Viveu num orfanato no Japão até os 16 anos de idade onde teve as primeiras aulas de piano, e aos 17, veio para o Brasil junto de alguns colegas. O adolescente tinha perdido os pais na Segunda Guerra Mundial, e encontrou na música um consolo, uma paixão.
Passou por Santos (litoral de SP) antes de seguir para Guaiçara (a 440 km de São Paulo), onde foi trabalhar na lavoura sendo acolhido na casa da Dona Helena Koizumi, então casada com Mitsuyoshi, dono da conhecida Chácara Nita, que até hoje ainda existente.
Além do piano, aprendeu acordeão, começou a compor. Mas foi na capital paulista que a música virou profissão. Exímio acordeonista, fazia shows com a Helena tocando maraca. Em 1957 foi aconselhado a ir para a capital, onde galgou alta posição musical e social. Tocou em boates, exposições, festivais do pêssego e da uva. Normalmente, eventos ligados à comunidade japonesa, mas tocava de tudo, até o Chá-chá-chá. O comediante Mussum chegou a tocar com ele. Também criou um concurso de canto no antigo Cine Joia, na região central. Os vencedores podiam assistir aos filmes transmitidos no local.
No final da década de 60 ganhou uma nova paixão, o karaoke. Foi um dos criadores da União Paulista de Karaoke que organizou os concursos que se tornaram grandes referências dentro e fora do Brasil como divulgador da cultura japonesa.
Além de professor de karaoke e jurado nos concursos, também foi compositor. Shimada sensei é compositor da canção "São Paulo Burusu", além de "Neon Bana", "Rambo" e muitos outros sucessos.
Foi presidente dos jurados de dois dos maiores concursos de karaokê: o Brasileirão e o Paulistão. O anúncio do campeão do Grand Prix era inconfundivel na sua voz firme e expressivo. Não sabe quantas vezes cruzou o oceano a serviço da música no Japão.
Quando não estava envolvido na música, gostava de ir à praia, e de pescar. O mais importante, porém, era ter sempre a família reunida. O único lamento era não saber bem o português após 64 anos no Brasil. Mas nunca ficava sem ser entendido.
Infelizmente faleceu dia 30 de abril, aos 79 anos, após uma parada cardíaca deixando esposa, quatro filhos, seis netos, genros e nora.
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